Desvendando os Mistérios do GADU: A Visão Maçônica
A Maçonaria, com sua rica tradição espiritual e filosófica, emprega o termo "Grande Arquitecto do Universo" (GADU) para referir-se à Divindade Suprema. Esta concepção, que remonta ao século XVIII, é a essência da Maçonaria especulativa, onde a Maçonaria operativa se transformou em uma jornada espiritual e filosófica.
O GADU: Uma Entidade Pensante na Criação do Universo
No cerne da visão maçônica está a perspectiva de Deus como a Entidade que "pensa" o universo e confia a construção deste aos anjos e homens como Seus delegados. Os anjos, conhecidos como demiurgos, são os mestres, enquanto os homens são os operários nesta grande obra divina. Essa perspectiva ecoa os ensinamentos da Cabala e da Gnose cristã, tendo sido introduzida na Maçonaria por pensadores rosa-crucianos no final do século XVII.
A Fusão de Deus, Arquitetura e Tradições Antigas
A concepção do GADU integra a noção de Deus como o Arquiteto Supremo e as tradições dos antigos construtores medievais. Estes mestres da Maçonaria viam nas igrejas que erguiam verdadeiras representações do cosmos. Essa perspectiva também se baseia na Bíblia, notavelmente na construção do Templo de Salomão, que, segundo a Maçonaria medieval, foi edificado com instruções divinas dadas a Salomão e seu arquiteto Hiram Abiff. Essa sabedoria secreta era expressa na geometria, nos símbolos e nas formas arquitetônicas do Templo.
Revelações Secretas e a Busca pela Perfeição
Além da sabedoria contida na Arquitetura, o GADU teria revelado a Moisés um segredo destinado a construir uma sociedade perfeita, o reino de Deus na terra, representado como a nação de Israel. Esse conhecimento também visava ao aprimoramento do caráter humano, permitindo que o homem recuperasse o estado de perfeição que detinha antes da queda. Os ensinamentos sobre esse segredo estavam camuflados nos cinco livros da Torá, através de nomes, eventos, números e parábolas.
Moisés transmitiu as leis e mandamentos ao povo, mas o verdadeiro significado dessas instruções e rituais era um conhecimento secreto transmitido oralmente aos mestres de Israel. Posteriormente, os sábios israelitas desenvolveram esses ensinamentos na Cabala e nos comentários do Talmude, enquanto os filósofos do cristianismo místico os enriqueceram com os ensinamentos de Jesus, culminando na doutrina conhecida como Gnose.
A Cabala: A Linguagem dos Anjos
A tradição esotérica afirma que a Cabala foi instituída pelo GADU como uma forma de comunicação entre os anjos, uma linguagem divina utilizada antes da criação da humanidade. Os anjos, como parte de uma Irmandade chamada Fraternidade dos Elohins, detinham esse conhecimento no Éden. Após a queda, alguns anjos compartilharam-no com os humanos, permitindo-lhes interpretar a vontade divina e buscar a restauração de sua perfeição original.
A Transmissão do Conhecimento: Uma Alegoria Maçônica
A Maçonaria, especialmente em seus graus superiores, usa a lenda da transmissão da sabedoria de Adão a Noé e Abraão como uma representação simbólica do desenvolvimento da consciência humana ao longo do tempo. Essa alegoria, profundamente esotérica, também encontra respaldo em trabalhos científicos respeitados.
Neste mergulho nos mistérios do GADU, desvendamos a visão maçônica sobre a Divindade Suprema, a sabedoria secreta e a busca pela perfeição espiritual e filosófica que moldaram a Maçonaria especulativa ao longo dos séculos.
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